O Ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, afirmou no encerramento do 15º Fórum Internacional de Investimentos e Construção de Infraestruturas (IIICF), realizado em Macau/China, que Angola está avançando no que diz respeito à oferta de eletricidade, com uma ênfase crescente nas fontes renováveis de produção, embora ainda haja grandes desafios a serem enfrentados.
Durante a participação do Ministério da Energia e Águas no 15º Fórum Internacional de Investimentos e Construção de Infraestruturas (IIICF), em Macau/China, sob o tema “Inovação Verde – Conectividade Digital”, o Ministro João Baptista Borges proferiu um discurso no qual abordou a Transição Energética e destacou a importância de novas fontes de energia, novo posicionamento e novas missões, com o objetivo de acelerar a criação de novas forças produtivas de qualidade.
Segundo o ministro, Angola reconhece as mudanças climáticas como um dos maiores desafios globais, considerando seus efeitos diretos e indiretos na vida econômica e social das nações, o que representa um verdadeiro obstáculo ao desenvolvimento. Ele também mencionou que Angola já aprovou a Estratégia Nacional para as Alterações Climáticas 2021-2035, visando alcançar os objetivos estabelecidos no Acordo de Paris, além de alinhar-se com os consensos internacionais de desenvolvimento sustentável, como a Agenda África 2063 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
João Baptista Borges enfatizou que Angola está comprometida com a redução da intensidade de carbono na produção de eletricidade até 2025, além de implementar ações complementares nas áreas de gestão sustentável de florestas, transportes e agricultura. O ministro também mencionou iniciativas de adaptação climática focadas na resiliência das comunidades e na proteção de investimentos econômicos e sociais. Atualmente, 64% da matriz energética do país já é composta por fontes não poluentes.
O Plano de Ação do Setor de Energia para 2023-2027, alinhado com a Agenda de Longo Prazo 2050, prevê a continuidade da diversificação do mix energético, com o objetivo de atingir 72% de energias renováveis até 2027, incluindo 1,2 GWdc de energia solar, e elevar a taxa de eletrificação a 50%. Isso demandará um investimento de aproximadamente 12 bilhões de dólares, com um papel crucial desempenhado pelas instituições financeiras e pelo setor privado.
O ministro destacou ainda a conclusão de projetos importantes, como as centrais fotovoltaicas do Biópio (188 MWdc), Luena (26,9 MWdc), Baía Farta (97 MWdc), e a central de Saurimo (26,9 MWdc) até 2024, além da fase inicial de operação da Central Fotovoltaica de Caraculo com 25 MWdc, parte de um projeto maior que pretende alcançar 50 MWdc. Outras centrais, como as de Lucapa, Cuito e Bailundo, também estão em fase avançada de construção e deverão entrar em funcionamento nos próximos anos.
O Ministro também ressaltou que a República Popular da China tem se tornado um dos principais motores da Transição Energética Global, investindo massivamente na produção de painéis solares e baterias, além de priorizar a eletromobilidade. Ele destacou que Angola tem muito a ganhar com essa cooperação, seja por meio de investimentos diretos ou abertura de linhas de financiamento. O compromisso de Angola com a ação climática e o desenvolvimento de baixo carbono permanece firme, concluiu o ministro.
Entre os presentes no evento estavam o Cônsul Geral de Angola em Macau, Eduardo Galiano, o Diretor Geral do Gabinete de Aproveitamento do Médio Kwanza-GAMEK, Fernando Gonga, e outros altos funcionários do Ministério. João Baptista Borges João Baptista Borges