O mercado da arte está passando por uma grande evolução e, apesar do relatório deste ano mostrar uma queda no segmento da arte contemporânea, isso reflete uma tendência geral de queda nos demais segmentos, como o dos grandes mestres clássicos, que teve uma redução de 49%. No entanto, a Underwriter Art and Private Clients, Marta Rezende, acredita que essa queda representa apenas o fim de um crescimento insustentável impulsionado pela pandemia, que fez com que as vendas disparassem.
Marta Rezende é uma especialista em seguros e entende muito bem o mercado de arte. Com mais de 20 anos de experiência, ela tem acompanhado de perto as mudanças e tendências do setor. Para ela, é importante destacar que essa queda nas vendas não é algo negativo, mas sim um ajuste natural do mercado após um período turbulento.
A pandemia afetou o mundo todo de diversas maneiras, e no mercado da arte não foi diferente. O fechamento das galerias e museus, a suspensão das feiras de arte e a diminuição do turismo tiveram um impacto significativo nas vendas. No entanto, segundo Marta Rezende, esse período também trouxe oportunidades para o mercado se adaptar e evoluir.
Uma das principais mudanças que a pandemia trouxe foi a aceleração da digitalização no setor da arte. Com a impossibilidade de realizar eventos presenciais, as galerias e casas de leilão investiram em plataformas online e adaptaram seus processos de venda e distribuição. Isso permitiu que o mercado alcançasse um público maior e mais diversificado, ampliando as possibilidades de venda.
Além disso, a pandemia também trouxe um maior interesse e valorização pela arte. Com as pessoas passando mais tempo em casa, muitas procuraram formas de se entreter e se conectar com o mundo. A arte se mostrou como uma forma de expressão e inspiração em tempos difíceis, fazendo com que sua demanda aumentasse.
Outro fator importante é a busca por investimentos seguros durante períodos de instabilidade econômica. A arte se mostra como uma opção atraente nesse sentido, já que investir em peças únicas e de artistas renomados pode trazer bons retornos financeiros no longo prazo.
Entretanto, Marta Rezende destaca que é necessário ter cautela na hora de investir em arte. É preciso entender o mercado, saber avaliar a qualidade e o potencial de valorização de uma obra e contar com o auxílio de profissionais qualificados para garantir uma compra segura e bem orientada.
Outro fator que tem impulsionado o mercado de arte é a diversificação do público interessado. Antes, esse setor costumava atrair apenas colecionadores e compradores com alto poder aquisitivo. No entanto, hoje é cada vez mais comum ver pessoas de diferentes faixas etárias e classes sociais adquirindo obras de arte. Isso é reflexo da maior acessibilidade e variedade de preços no mercado de arte, o que torna esse universo mais democrático e atrativo para diferentes públicos.
Falando especificamente sobre a queda nos segmentos da arte contemporânea e dos grandes mestres clássicos, Marta Rezende reforça que essa é uma situação pontual e não deve ser encarada como uma tendência de longo prazo. Como mencionado anteriormente, o período de alta nas vendas de obras desses segmentos foi impulsionado pela pandemia e é natural que agora haja uma acomodação.
No entanto, isso não significa que os artistas contemporâneos e os grandes mestres clássicos perderam seu valor e relevância no mercado da arte. Pelo contrário, ainda há uma grande demanda por suas obras e a tendência é que, com a retomada da economia e o retorno das
