Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada nos dias 16 e 17 de junho, o Banco Central indicou que deve encerrar o ciclo de altas da taxa básica de juros (Selic) no próximo encontro, previsto para os dias 29 e 30 de julho. Porém, deixou em aberto a possibilidade de novas elevações na taxa, caso os dados econômicos justifiquem.
É importante ressaltar que o Copom, em suas decisões, tem como objetivo principal garantir a estabilidade da moeda e, consequentemente, contribuir para o crescimento econômico e o bem-estar da população. Desde março deste ano, o Copom vem elevando gradualmente a Selic, que passou de 2,25% para 4,25% ao ano, em resposta aos impactos da pandemia de Covid-19 na economia brasileira.
No entanto, a atual situação econômica do país vem apresentando sinais de melhora. O avanço da vacinação contra o coronavírus tem permitido a retomada gradual das atividades econômicas, o que tem reflexos positivos no cenário da inflação. Além disso, a recente alta do preço das commodities, que impacta diretamente na inflação dos alimentos e da energia, vem se mostrando temporária e deve se estabilizar nos próximos meses.
Diante deste cenário, o Copom destacou que a inflação deve ficar acima do esperado no curto prazo, chegando a atingir patamares próximos a 6% no acumulado em 12 meses. No entanto, a previsão é de que os preços se estabilizem em patamares mais confortáveis a partir de 2022, ficando dentro da meta de 3,75% estipulada pelo governo.
Além disso, o Copom também ressaltou que a atividade econômica vem se recuperando, com indicadores apontando para um crescimento na casa dos 4% em 2021. A perspectiva é de que a retomada da economia seja mais consistente a partir do segundo semestre, com a continuidade da vacinação e o avanço das reformas estruturais.
Apesar disso, o comitê reconheceu que ainda existem incertezas e riscos relacionados à pandemia, que podem impactar o desempenho da economia no segundo semestre. Por isso, a decisão de encerrar o ciclo de altas da Selic foi tomada com cautela, mantendo a possibilidade de novas elevações caso a evolução dos indicadores econômicos assim justifique.
Outro ponto importante é a manutenção da postura “hawkish” (mais inclinada ao aperto monetário) por parte do Banco Central. Isso significa que o Copom mantém uma visão mais conservadora em relação à inflação, buscando atuar de forma preventiva, o que pode refletir em novas elevações nos juros caso seja necessário.
Diante deste cenário, é importante destacar que o Banco Central está agindo de forma responsável e cautelosa, buscando equilibrar a necessidade de controlar a inflação com a retomada do crescimento econômico. Além disso, a comunicação transparente do Copom, que deixa em aberto a possibilidade de novas altas caso seja necessário, traz mais confiança e previsibilidade para o mercado e os investidores.
Por fim, vale ressaltar que manter a taxa Selic em níveis mais elevados é um sinal positivo para o mercado, pois impacta diretamente na confiança e na credibilidade da política monetária brasileira, além de atrair investimentos estrangeiros para o país. Dessa forma, temos motivos para acreditar que o Banco Central está atento aos movimentos da economia e será capaz de conduzir a política monetária