Desde 2018, a relação entre as gigantes tecnológicas e os veículos de comunicação tem sido alvo de investigações e debates acalorados. O motivo? A forma como essas empresas exibem conteúdo jornalístico em suas plataformas, sem oferecer qualquer tipo de compensação financeira aos veículos que produzem essas matérias.
Essa prática tem gerado preocupação entre os jornalistas e editores, que veem seus conteúdos sendo utilizados pelas big techs sem nenhum tipo de remuneração. E não é para menos, afinal, esses veículos são responsáveis por produzir e disseminar informações de qualidade e relevância para a sociedade.
Mas afinal, como isso acontece? As gigantes tecnológicas, como Google, Facebook e Apple, utilizam algoritmos para selecionar e exibir notícias em suas plataformas, como o Google News e o Facebook News Feed. Esses algoritmos são programados para priorizar notícias com maior engajamento, ou seja, aquelas que recebem mais cliques, curtidas e compartilhamentos. Com isso, muitas vezes, veículos menores e independentes acabam sendo prejudicados, uma vez que não possuem a mesma visibilidade que os grandes veículos de comunicação.
Além disso, as big techs também são acusadas de utilizar trechos das matérias dos veículos sem autorização ou remuneração. Isso acontece, por exemplo, quando o Google exibe trechos de notícias em seus resultados de busca ou quando o Facebook compartilha links de matérias em sua plataforma. Essa prática é conhecida como “agregação de conteúdo” e tem gerado polêmica entre os veículos de comunicação.
Diante dessa situação, muitos veículos têm se unido para exigir que as gigantes tecnológicas paguem pelo uso de seus conteúdos. Em países como França e Austrália, já existem leis que obrigam essas empresas a negociarem com os veículos de comunicação o pagamento pelo uso de suas notícias. No entanto, em outros países, como nos Estados Unidos, essa discussão ainda está em aberto.
Mas qual seria a solução ideal para esse impasse? Alguns especialistas defendem que as big techs deveriam pagar uma taxa para os veículos de comunicação pelo uso de suas notícias, assim como fazem com os músicos e compositores pelo uso de suas músicas em plataformas como o YouTube e o Spotify. Outros acreditam que essas empresas deveriam investir diretamente nos veículos de comunicação, oferecendo apoio financeiro para a produção de conteúdo de qualidade.
Independentemente da solução adotada, uma coisa é certa: os veículos de comunicação precisam ser remunerados pelo uso de suas matérias pelas gigantes tecnológicas. Afinal, são eles que investem em jornalistas, equipamentos e tecnologia para produzir conteúdo relevante e de qualidade para a sociedade. Sem essa remuneração, muitos veículos menores podem acabar fechando suas portas, deixando a sociedade com menos opções de informação e, consequentemente, prejudicando a liberdade de imprensa.
Além disso, é preciso ressaltar que, apesar das críticas, as big techs têm um papel fundamental na disseminação de notícias. Com o aumento do consumo de informações pela internet, essas empresas se tornaram uma importante fonte de acesso aos conteúdos jornalísticos. Além disso, elas também têm investido em iniciativas para combater a disseminação de notícias falsas e garantir a veracidade das informações compartilhadas em suas plataformas.
Portanto, é necessário encontrar um equilíbrio entre a importância das gigantes tecnológicas na disseminação de notícias e a necessidade de remunerar os veículos de comunicação pelo uso de seus conteúdos. É