A Dívida Pública Mobiliária interna (DPMFi) é um indicador importante da economia brasileira e tem sido tema de muitas discussões e análises nos últimos tempos. Recentemente, foi divulgado pelo Tesouro Nacional que a DPMFi apresentou um crescimento de 1,55%, totalizando R$ 7,31 trilhões. Esse aumento pode parecer preocupante à primeira vista, mas é importante entendermos o contexto e as razões por trás dele.
A DPMFi é composta pelas dívidas emitidas pelo governo brasileiro no mercado interno, ou seja, são títulos públicos adquiridos por investidores nacionais. Isso significa que, ao contrário da Dívida Pública Externa, que é composta pelas dívidas emitidas no mercado internacional, a DPMFi é uma forma do governo captar recursos dentro do próprio país. Esses recursos são utilizados para financiar as atividades do governo, como investimentos em infraestrutura, saúde, educação, entre outros.
O crescimento da DPMFi nos últimos anos tem sido uma consequência da crise econômica enfrentada pelo Brasil desde 2014. Com a queda da atividade econômica, a arrecadação de impostos do governo diminuiu, enquanto as despesas continuaram a aumentar. Isso gerou um déficit nas contas públicas, o que levou o governo a emitir mais títulos para cobrir suas despesas. Além disso, a queda na taxa básica de juros (Selic) também incentivou a busca por investimentos mais rentáveis, o que contribuiu para o aumento da demanda por títulos públicos.
É importante ressaltar que a DPMFi é considerada uma dívida “segura” pelos investidores, já que os títulos públicos são garantidos pelo governo federal. Além disso, a maior parte dos títulos é corrigida pela taxa Selic, o que garante uma rentabilidade atrativa para os investidores. Isso significa que, mesmo com o aumento da DPMFi, o Brasil ainda é visto como um país confiável para investimentos.
Outro fator que contribuiu para o crescimento da DPMFi foi a pandemia da Covid-19. Com a crise sanitária e econômica, o governo precisou aumentar seus gastos para garantir a sobrevivência da população e a manutenção da economia. Isso incluiu o pagamento de auxílios emergenciais, o financiamento de programas de crédito para empresas e a compra de vacinas. Essas medidas foram necessárias para enfrentar a crise e garantir a recuperação da economia no pós-pandemia.
Apesar do aumento da DPMFi, é importante destacar que o Brasil possui uma das menores dívidas públicas da América Latina e do mundo. Segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), a dívida pública brasileira representa cerca de 90% do PIB, enquanto em países como Japão e Estados Unidos esse número ultrapassa os 200%. Além disso, a maior parte da DPMFi é composta por títulos de longo prazo, o que garante uma maior estabilidade e previsibilidade para os investidores.
Outro aspecto positivo é que o aumento da DPMFi está alinhado com a política de redução da taxa de juros adotada pelo governo nos últimos anos. Com a Selic em baixa, o Tesouro Nacional tem conseguido emitir títulos com taxas de juros mais baixas, o que representa uma economia para os cofres públicos. Além disso, essa política tem estimulado o investimento privado e a retomada do crescimento econômico.
É importante destacar que, apesar do aumento da DPMFi, o governo brasileiro tem adotado medidas para controlar e reduzir a dívida pública. Uma delas é a Reforma da Previdência